
O conceito de ergonomia é bastante difundido quando se trata de garantir a integridade e saúde dos colaboradores. O que poucos sabem é que ele pode ser usado também para um maior conforto dos consumidores. Ao aplicar a ergonomia na área de vendas, sobretudo na organização dos produtos nas gôndolas, o supermercadista melhora a acessibilidade do cliente, oferecendo maior conforto na compra. É possível ainda garantir uma maior visibilidade das principais mercadorias.
Segundo Sergio Barbi, diretor executivo da Dexi Marketing, outra vantagem de aplicar esse conceito ao consumidor é aumentar seu tempo permanência no supermercado. Com isso, as chances de comprar mais são maiores e a experiência de compra melhora. Tudo isso estreita o relacionamento com o público.
De forma geral, quanto menos esforço o consumidor fizer se abaixando ou se esticando demais, mais confortável ele vai se sentir. Por esse raciocínio, gôndolas mais baixas favorecem a visualização pelo cliente, uma vez que os produtos ficam mais à altura dos olhos. Justamente por isso as prateleiras mais alinhadas com o campo de visão dos consumidores são a chave a aplicação da ergonomia às compras. Por isso, é preciso tomar alguns cuidados com a exposição:
- O ideal é expor os produtos para crianças e idosos a uma altura a partir de 80 centímetros do chão. No primeiro caso, é possível avançar até 1,50 metro e, no segundo, para 1,70 metro. Esses são os limites considerados confortáveis para esses públicos esticarem seus braços para apanhar as mercadorias.
- Já no caso dos adultos, é possível chegar a 2 metros.
- Alguns supermercados colocam nas prateleiras inferiores marcas conhecidas, partindo o princípio de que o consumidor irá procurá-las na gôndola. A estratégia é válida, mas convém lembrar que, pela lógica da ergonomia do cliente, esse local é mais indicado para mercadorias de baixo giro.
-Quando isso acontece, os locais à altura dos olhos e ao alcance confortável do consumidor ficam livres para os produtos mais procurados.
- Para definir a localização de cada produto, o supermercadista deve contar com relatórios de vendas e conhecer o perfil do consumidor.
- Também é recomendado cruzar essa análise com a margem de lucro dos produtos. Um item de pouca rentabilidade, ainda que de alta rotatividade, pode não “pagar” um espaço muito nobre da gôndola.
- Se possível, coloque mobiliários desenvolvidos a partir de conceitos ergonômicos, como gôndolas que não ultrapassem dois metros.
- No espaço superior a dois metros do chão, Barbi sugere trabalhar com comunicação visual. Dessa forma, consegue-se incrementar o ambiente e ajudar o consumidor a localizar o que procura no supermercado.
Fonte: SM